Vale a pena fazer um intercâmbio?
07 de dezembro de 2023Fala pessoal! Como vocês estão? Depois de um bom tempo sem escrever algo, decidi compartilhar uma experiência que passei no mês de julho, onde realizei um intercâmbio de inglês para a República da Irlanda, ou simplesmente Irlanda. Vou contar sobre como surgiu esse interesse, escolha do país, agência, planejamento e a tão esperada viagem pra lá. Bora lá.
Como surgiu o interesse de fazer um intercâmbio?
Desde criança, sempre tive o desejo de conhecer o exterior, assim como a maioria das pessoas. Quando vemos uma foto, vídeo, filme ou qualquer tipo de conteúdo visual sobre outro país, ficamos encantados, e começa a surgir um desejo de conhecer esse lugar. Com isso, vai se criando uma admiração maior por certo lugar, por exemplo, os EUA, Canadá, França, Suíça, e por aí vai. No meu caso, sempre fui um grande admirador da cultura do Reino Unido, principalmente pelo rock, meu gosto musical favorito. Sempre admirei bandas e os lugares de onde elas vinham, como Black Sabbath de Birmingham, Pink Floyd, Led Zeppelin, The Police e The Clash de Londres, Oasis de Manchester e, claro, o AC/DC, cujos fundadores, os irmãos Young, são da Escócia. Olhando tudo isso, foi um fator determinante para minha admiração pelo Reino Unido. Claro, também há outros lugares que admiro, como a Escandinávia por causa dos Vikings, o Japão pelos carros, a Itália pela beleza, pizza e claro, o macarrão. Levando tudo isso em consideração, chegamos à escolha do país.
Porque a Irlanda e não o Reino Unido?
Beleza Otávio, você disse sobre admirar o Reino Unido, mas por que você escolheu a Irlanda? Simples, alguns fatores que vou explicar me fizeram escolher. Apesar de não fazer parte mais do Reino Unido, a ilha da Irlanda está dividida entre a Irlanda, um país independente e membro da União Europeia, e a Irlanda do Norte, que é governada por uma monarquia e pertence ao Reino Unido. Até 1919, a Irlanda era um único país que fazia parte desse conjunto todo, mas depois da Guerra de Independência da Irlanda, que durou de 1919 a 1921, a ilha foi dividida em dois países, com a parte norte ainda sob domínio do Reino Unido, e a parte sul, que se tornou uma república independente. Depois de resumir um pouco da história, vamos aos fatores:
O primeiro fator é que tenho parentes que moram há mais de 15 anos na Irlanda. Esse foi talvez o fator principal que me fez escolher, porque assim eu teria comodidade, já que eles poderiam me ajudar em qualquer problema que eu pudesse ter nesse tempo.
O segundo fator é porque, como eles fazem parte da União Europeia, utilizam o Euro como moeda oficial, que é mais barato, ou menos caro, como preferir, que a Libra Esterlina, dinheiro usado no Reino Unido. Além disso, por ter uma cultura parecida, já que tanto a Ilha da Irlanda quanto a Ilha da Grã-Bretanha estão relativamente próximas e, durante o período sem separação, a cultura se manteve a mesma. Por isso, a Irlanda foi a minha principal escolha.
O terceiro fator, e óbvio, é que eles têm o inglês como idioma oficial, apesar de terem o gaélico irlandês como segundo idioma, que aliás, é um pouco estranho para nós. Olha um exemplo: "Cén chaoi a bhfuil tú?" Você olha isso e pensa, meu Deus, que doideira é essa? O que isso significa? Pasmem, isso significa um simples "Como vai?". Então esses três fatores foram determinantes para que eu escolhesse a Irlanda como destino do meu intercâmbio.
Agência de intercâmbio e planejamento
Após a escolha do país, fui à procura de uma agência de intercâmbio para fazer o orçamento. Depois de um pouco de pesquisa e algumas recomendações, escolhi uma agência chamada Egali Intercâmbio. Fizemos o orçamento e alinhamos todos os detalhes do meu pacote, incluindo estadia, escola, carga horária, seguro-viagem, plano de saúde e todos esses detalhes essenciais numa viagem desse porte. Fechei o pacote por volta de junho de 2022 e fiquei durante 1 ano pagando as parcelas e juntando dinheiro para levar.
1 mês na Irlanda aprendendo e vivendo
Chegou o grande dia, ansiedade a mil, um mix de tristeza e alegria, mas ainda bem que deu tudo certo. Peguei minhas duas malas e minha mochila, fui para o aeroporto de Guarulhos, SP, e embarquei rumo à Irlanda. Detalhe que essa foi minha primeira viagem de avião e, ainda por cima, uma viagem internacional de 13 horas de duração, mas foi tudo bem graças a Deus. Achei que não teria medo de voar, afinal, aviação é algo que gosto muito.
Fiz um voo de 11 horas até Frankfurt, na Alemanha, e depois mais 2 horas até Dublin. Chegando lá, passei pela imigração com um inglês de verbo "to-be" de escola pública e carimbo no passaporte. Peguei um transfer até a acomodação da agência de intercâmbio. No início, fiquei duas semanas em Dublin e as outras duas em Galway.
O começo é sempre um pouco mais difícil, ajustando-se a coisas diferentes, acostumando o corpo ao fuso-horário (4 horas à frente em relação ao Brasil), correndo atrás de um chip de internet, fazendo compras no mercado. Depois dessa correria inicial, pude começar a curtir a cidade que tanto sonhei. No começo, tudo ao redor parecia estranho, mas com o tempo, minha ficha começou a cair, e a ansiedade diminuiu, pois eu estava prestes a passar um bom tempo inserido nessa nova cultura.
Dublin é uma cidade repleta de história e pontos turísticos encantadores, como diversos museus, paisagens, monumentos, pubs e restaurantes, além de uma diversidade de pessoas do mundo inteiro. Sendo a capital da Irlanda, Dublin recebe muitas pessoas de vários lugares do mundo, tornando-se o ponto de maior acesso, algo como São Paulo para nós brasileiros.
Galway, por sua vez, é outro lugar bastante movimentado, com uma natureza incrível, diversas zonas rurais, mas sem perder o charme de um centro urbano bem desenvolvido, que mescla o clássico e o contemporâneo. Durante esse mês, também tive a oportunidade de realizar um sonho: conhecer, ainda que brevemente, um país que tenho muita vontade de explorar um dia, a Escócia. Comprei passagens para Edimburgo em uma companhia aérea low-cost, comum na Europa, e paguei 60 euros nas passagens de ida e volta (surrealmente barato), fazendo um bate e volta na Escócia rapidamente.
Outro lugar que tive a oportunidade de explorar por um dia foi a Irlanda do Norte, localizada bem próxima de Dublin, onde gastamos cerca de 2 horas de ônibus. Lá, pude conhecer diversos castelos e locais que foram usados como cenários na série Game of Thrones, além de visitar a Giant's Causeway, ou Calçada dos Gigantes em português. Esses foram alguns dos inúmeros detalhes que tive a oportunidade de vivenciar lá.
Vale a pena?
A resposta para essa pergunta pode variar. Pessoas que nunca fizeram um intercâmbio podem não ter opinião formada ou simplesmente acham que é um gasto exagerado que poderia muito bem pagar aulas de um curso numa escola de idiomas ou até mesmo aulas particulares. Mas na minha visão, fazer um intercâmbio é uma experiência enriquecedora em vários sentidos, como aprendizado de outro idioma e aplicação na prática, já que estando lá você se força a treinar o que está aprendendo, junto da experiência de conhecer outro país, outra cultura, na maioria das vezes totalmente diferente da que você está habituado, como foi o meu caso, sendo brasileiro e tendo que atravessar o oceano e parar num país que é totalmente diferente, mas que é um país muito receptivo e com uma cultura riquíssima, paisagens que encantam e brilham os olhares de pessoas que sempre viram coisas medievais e os castelos, como um belo fã de Senhor dos Anéis, O Hobbit e Harry Potter.
Então, na minha opinião sincera, vale a pena sim fazer um intercâmbio pelo tempo que for, seja uma semana ou um ano, aí vai do seu desejo. Para isso, pesquise bem, veja os países que têm o seu idioma de preferência, faça comparativos entre diversas agências, pegue dicas com pessoas experientes que já passaram por isso. Adquira o máximo de informações possíveis e seja feliz na sua viagem (não se esqueça de tirar muitas fotos).
Conclusão
Deixando um pouco o conteúdo tech de lado, fica aqui o meu registro de um mês incrível que passei na Irlanda realizando um sonho antigo e podendo adquirir essa história para poder compartilhar com pessoas importantes para mim e também aprender um pouco mais sobre esse nosso planetinha que nos mostra tantas maravilhas. E claro, se você teve alguma dúvida ou simplesmente quer bater um papo, pode me mandar um email que eu ficarei feliz de poder te ajudar a tomar essa decisão tão importante na sua vida. 🙃
No próximo post, vou mostrar um pouquinho de algo que queria falar há um tempinho já, que é sobre como escrever um README incrível para seus projetos no GitHub. Nos vemos em breve. Até mais 👋.